Liderança ou Microgerenciamento? Sinais de que Você Pode Estar no Caminho Errado

Liderança ou Microgerenciamento? Sinais de que Você Pode Estar no Caminho Errado

Você está promovendo uma cultura saudável de produtos ou está apenas exaltando o microgerenciando

Estar em uma posição de gestão incorre no desafio de guiar sua equipe e produto para direção certa, em outras palavras, é preciso conhecer a situação atual para determinar seu estado e o quão próximo dos objetivos se está.

Mas quando este entendimento da situação atual leva a uma supervisão minuciosa e até controladora? Quando passa de um acompanhamento de resultados para uma micro gestão?

Para iniciar este reflexão precisamos nos aprofundar no entendimento do que vem a ser o microgerenciamento. Se gerenciar é coordenar e gerir uma empresa, negócio ou equipe, o microgerenciamento está atrelado a executar esta função de forma excessivamente controladora, com muita insegurança e sufocando o processo e as pessoas.

Líderes que fazem microgerenciamento podem ter características bem fortes, como:

  • Insegurança e autoritarismo;
  • Grande interferência nas tarefas diárias;
  • Controle excessivo gerando limitações na autonomia;
  • Necessidade de aprovar e checar cada ação tomada pelo subordinado;
  • “Pitacos” demasiados sobre grande parte das tarefas;
  • Busca de perfeição sem espaço para o erro.

E não apenas uma pessoa em cargo de gestão pode fazer microgerenciado, mas também o próprio time, afinal, utilizar um rito diário como a daily apenas para perguntar “O que fez ontem? O que está fazendo hoje? O que vai fazer amanhã?” não seria um ato de controle desnecessário e de baixo impacto?

A grande questão é: existe um acompanhamento para entender as métricas e quanto elas nos direcionam para o caminho certo ou apenas um olhar sobre cada tarefa e entrega feita?

Podemos tentar identificar isto observando alguns aspectos, tais como:

  • O time se sente sufocado?
  • O time está tolhido e sem espaço para desenvolver?
  • O time tem autonomia?
  • O time tem mostrado perda na sua produtividade?
  • As reuniões de trabalho são apenas status report?
  • O nível de insatisfação está alto?
  • E quanto à motivação, como todos estão?

Um bom PM precisa ter em mente que o mais importante ao realizar o gerenciamento de seu produto e equipe (quando se faz este papel) é identificar e promover ações que direcionam a estratégia desenhada do negócio.

E como fazer esta mágica de sair do nível de microgerenciamento para o gerenciamento por influencia e direcionamento de produto e equipe?

Primeiro: Identifique suas atitudes e os verdadeiros impactos gerados por elas!

Depois dessa avaliação pessoal, podemos seguir as dicas de alguns PM’s do mercado, tais como Alexandre Spengler, Diego Eis, Erica Briones e Pablo Silva.

  • Ter claro os objetivos, o contexto e as restrições: com as informações você poderá criar seu outcome map que lhe guiará;
  • Estar próximo ao seu liderado: para acompanhar seu desenvolvimento, ajudá-lo a melhorar o que ele ainda não sabe, alinhar os objetivos da empresa e do colaborador, identificado o perfil do seu liderado;
  • Mais do que delivery: engajar as pessoas, buscando mostrar além das entregas ‘deployáveis’, como também os discovery e o aprendizado com este, trazer dados, resultados de testes de usabilidade, mostra os diversos aspectos de valor;
  • Acompanhar resultados: ser capaz de olhar os KPI’s e decidir qual ação deverá ser aplicada para movimentar as métricas, conseguir observar quais as oportunidades estão na mesa;
  • Entenda seu produto: identifique as oportunidades e as debilidades de seu produto, entenda o ciclo de vida dele e como utilizar estas informações para mover as métricas;
  • Ver além: entender que há pontos de vista diferentes e que não é saudável a imposição e hegemonia de um único pensamento. Isto gera um exercício ao PM para permanecer em constante obervação e com perfil questionador, estando aberto a feedback e adaptações.

Por último, mas não menos importante, tenha em mente que é preciso avaliar quanto sua atuação tem gerando impactos positivos e para de fato mover seu produto ou equipe para o objetivo certo e o quanto se está buscando ter controle exacerbado sobre cada tarefinha do dia a dia. Seja gestor ou não, parafraseando o Spengler:

Os resultados são atingidos através das pessoas e não apenas por seu exclusivo esforço direto.

Concluindo

Como PMs, nosso trabalho pode se resumir em influenciar e guiar, direcionar e alertar. O produto que gerimos não é nosso. A gestão do time não é nossa. A prioridade que fazemos é baseada em decisões, timing e necessidades de outras pessoas, do mercado e do negócio. Temos que tratar a empresa e os times como sistemas dinâmicos, orgânicos, que podemos estimular para amplificar impactos positivos (e negativos) por meio da comunicação e da colaboração.

Referências: